quinta-feira, novembro 01, 2007

Não tenho medo de desmanchar...

Eu desmancho porque o que me irrita mais num trabalho concluído é pensar que poderia ter ficado um bocadinho melhor se tivesse feito isto ou aquilo de forma diferente, e que por preguiça, deixei andar.
Em tricot, há tantas, mas tantas variáveis que vão influenciando o trabalho final, acho que é tão raro um trabalho "servir" bem, que se não for controlando em todos os momentos para tentar evitar os problemas mais óbvios (sabendo que imensos menos óbvios existirão) no final, se não "servir" pelo menos sei que tentei tudo o que me foi possível.
Esse sentimento dá-me também mais tranquilidade para..... desmanchar tudo outra vez!

O que desmanchei recentemente:

1º - uma camisolinha de verão que foi feita com fio em fita. Fí-la p'raí há 6 anos, esteve concluída cosida apenas por rematar as pontas dos fios guardada num saco plástico p'raí uns... 6 anos, o suficiente para me fazer ver que nunca ia usá-la. O problema? a malha foi feita com agulhas demasiado finas, não caía bem, estava muito densa e pesada e porisso não era lá muito fresca para verão. Não tinha nada de especial, nada que me fizesse usá-la.







2º - Uma camisola quase concluída, só faltava um bocado da última manga feita com lã "Diana" da marca Kátia. Amei o modelo... mas na fotografia (La Bergere de France). Assim que montei as peças apenas com alinhavos e a experimentei apercebi-me que, quem foi abençoada com peito copa C, não fica bem com canelados verticais que aaaaabrem no sítio onde queremos um cair discreto do tecido! Ainda andei indecisa, pensando que quando bloqueasse as peças, ficaria mais parecido com o cair da malha da fotografia do modelo, mas na verdade, só me estava a iludir, e se a terminasse, não me ia "servir". Assim, estava quase terminada há uns 3 anos... e agora já não está!










Bem, olhando para as fotos continuo a adorar o modelo, tenho que fazer um esforço para me lembrar do mal que me ficava...
Porque é que a desmanchei?????? estava tão gira!!!!



3º - Um caxecol/estola que fiz apenas num domingo, para oferecer á minha amiga Luisa que foi para Londres, com uma lã gira da Kátia. Fiz o modelo ...... da Knitty, adorei o modelo, muito bem concebido, mas não para esta lã. No fim ficou com um ar muito muito rústico, nada adequado para a Luisa.

quinta-feira, setembro 20, 2007

Depois das Férias

As férias foram boas, mas para desligar completamente, teria precisado de mais quinze diazitos...











(esta foto é do Horácio)





Levei a saca tricotada, inventada por mim, que apenas cozi agora (já estava feita desde o ano passado) e à qual deveria ter feito um forro mas não tive tempo. Embora o forro lhe tivesse dado uma outra solidez gostei muito dela. Também acho que a solução da alça não foi a ideal porque a trança nunca ficava direita, mas isso não se notava muito.






Ainda não acabei o "colete" (não sei o que lhe chamar...) cinzento, o tal que desmanchei de uma camisolinha de verão que já estava pronta, cosida e tudo, mas que no fim não gostei. Está mesmo quase, e não quero pegar em mais nada entretanto senão já sei o que é que acontece ao colete cinzento!

sábado, junho 23, 2007

Vestidinho vermelho

Comecei por comprar as lãs no Lopo Xavier, acho que choquei um bocado o homem da loja com as cores que escolhi. (Ele insistia que para bebé, as cores pastel eram mais bonitas, e nada melhor que verde seco para combinar com o verde escuro de que gostei!)
No entanto acho a loja adorável, saio sempre de lá com a pena de saber que não há-de demorar muito para ela fechar... Última sobrevivente de um género que já não se compadece do facto de que quase ninguém tricota, quase ninguém é tentado a aprender ou a fazê-lo, quase ninguém faz compras na baixa, quase ninguém gosta de lojas onde as pessoas são atendidas a partir do momento em que entram na loja, também não há lojas de lãs nos Shoppings portanto não há hipótese de esta tendencia se inverter.
As lãs são bonitas, acho que a qualidade já foi melhor, mas temos o que merecemos.
Agora os rótulos são adoráveis de ingenuidade e de rètro design!
Aqui ficam para a posteridade.






Apenas desmanchei duas vezes...
Mas tenho que me gabar, ficou mesmo bonitinho o vestidinho para a filhota da Bárbara, a Martinha, que deve estar quase a nascer. Imaginei que ela fosse herdar uma grande quantidade de roupinhas dos irmãos mais velhos, tudo azul, cheio de carrinhos e dinossauros... quis fazer uma peça mesmo feminina, mas ao mesmo tempo sem ser rendas e laços, uma peça também ao estilo da mamã dela!

Comecei por fazer um modelo da Knitty, o Anouk, mas depois de um lado todo feito, tive de desmanchar porque não me pareceu muito prático, assim todo aberto de lado. Fiz uma segunda tentativa dando um pouco mais de roda para poder ser fechado, mas também não ficou bem. Acabei por cair nas sempre velhas decisões: 1º - fazer à minha maneira, tendo em mente precisamente o que quero, só recorrendo a modelos por causa das medidas gerais. 2º - fazer tudo de uma vez! Se o tricot é esta coisa espantosa de fazer tecido mas com forma, ou seja, fabricar algo em 3 dimensões, porque não explorar essa faceta em vez de construir os modelos como se de pano (2 D) se tratassem?








Tive receio que o toque das florinhas em croché fosse demasiado, mas agora acho que foi a cereja no topo do bolo.(Que modesta!)

sexta-feira, abril 06, 2007

Tricotei pouco...

Entretanto, o que posso dizer é que pouco tricotei, apesar de ter gostado das minhas últimas peças, não foram apenas peças optimistas que me ficam mal e que se limitam a ficar escondidas no armário. O colete, estou farta de o usar. E da lã que tinha comprado para fazer o outro colete, afinal fiz uma estola, com aquele ponto verdadeiramente fantástico em que se deixam cair as malhas, o que transforma uma simples tripinha feita em ponto liso num rectângulo enooorme com imensa graça!
Ficou tão giro, e tenho-o usado tanto que estou a fazer outro para a minha mãe, e depois talvez faça um para a Stela que está sempre a gabá-lo!


Claro que demorando tanto tempo a publicar os meus posts, entretanto vou acabando tudo aquilo que acabo de anunciar como projectos...
Aqui está a minha estola...






E aqui está a já acabada da minha mãe...





Não são nenhuma especialidade mas têm a qualidade de conjugar a discreção com a invulgaridade e é disso que eu gosto...
Saíram-me bem hem?

domingo, dezembro 10, 2006

ENTÃO OS COLETES?

Afinal entusiasmei-me com a lã de dégradés grandes, comprei-a e comecei logo a fazer um coletinho. O modelo é simples e não o inventei:cabledvest.pdf de Jenifer Paulousky pareceu-me ideal para este tipo de lã, porque assim as riscas corriam a toda a volta, numa carreira única... Tive dúvidas em relação à largura, mas milagre dos milagres, não desmanchei!
Já o acabei, já o levei vestido na viagem à Alemanha e tudo, e gosto muito dele. Só é pena duas coisas, primeiro, faz um bocado de barriga (ou melhor, não a disfarça!) e o outro problema é que ao fim de um mês, já começou a ficar com borbotos! Tenho que lhe "fazer a barba" com a gilette, mas por acaso isso chateia-me...






A foto, cheia de sombras, foi o Miguel que tirou, muito amuado por o ter privado de 2minutos de accção alucinante de guerra das estrelas...


Entretanto, em Novembro, fomos à Alemanha e à Bélgica, e foi em plena Colónia, farta de ver montras e depois de ter comentado com o Horácio que devíamos estar quase a descobrir uma loja de lãs, como que por acaso, lá encontrámos uma!
Comprei 3 novelos, de 2 mitos tricotadeiros que vejo mencionados em tudo que é blog, mas que cá não encontro... As lãs da marca NORO, e as lãs de fazer meias. Eram super caras, o que acrescenta responsabilidade à escolha do que irei fazer com elas. Para já comecei a fazer as meias, mas para ser franca, não estou muito entusiasmada... Vamos lá a ver no que irão dar.






E que é que os coletes me lembram?... A minha primeira obra tricotada verdadeiramente usável! Estou a fazer um esforço de memória para conseguir datá-la e diria que foi lá para 1977 ou 1978, depois do período em que a Dodinha esteve lá em casa. Era um modelo tirado da Burda, em lã fininha vermelha, num ponto muito aberto ajourado. Não sei o que lhe aconteceu, nunca o usei muito, creio que pela cor, que era muito berrante, mas lembro-me que o resultado foi entusiasmante, e me impeliu a continuar. Lembro-me que na altura não se usava fazer cavas nos braços, para tudo ficar larguinho, tipo saco!

quarta-feira, novembro 15, 2006



Então no último "Onda curta" da RTP2 mostraram uma curta de uma tricotadeira, viciada, que por causa do tricot, enfrenta perigos de morte, tricota o próprio cabelo, fica careca... tudo isso para quê?
Muito giro o filme, quem o fez, percebe de aficções tricotadeiras...

segunda-feira, outubro 02, 2006

FINALMENTE OUTUBRO!

Finalmente recuperando a minha vida, depois de um Julho extenuante, com um licenciamento para entregar, (o maior de sempre no escritório, com o maior número de pessoas envolvidas desde sempre...) tendo terminado exactamente no dia anterior a ir de férias, sem transição, sem tempo para uma suave desaceleração...
Durante as férias, o mês de Agosto menos uns dias, tive também que trabalhar "naquela coisa", mas pior que isso, houve sempre a sombra e o peso de saber que ia ter de concluir "essa tal coisa" durante o mês de Setembro.
Durante Setembro... foi o descalabro total. Tivemos um concurso no escritório, e desta vez é que foi o maior de sempre, e com o maior número de pessoas envolvidas desde sempre (!), e que para cúmulo a data de entrega foi adiada para precisamente a data em que era suposto concluir "aquela coisa"! Enfim, fiz turnos triplos ou quádruplos, sei lá, e lá se fez tudo!

Enfim, quanto a tricots...lá continuei com o meu víciozinho de mãos, embora em velocidade lenta.
Terminei o meu top colorido, mas já no fim do verão, o que significa que só o usei em casa naqueles últimos dias de Agosto muito quentes e levei-o à praia uma vez. Acho que está giro, mas mais uma vez me acontece estar um pouco largo para mim. Ficou com um ar invulgar, primeiro por causa das cores, e depois porque fiz questão de o terminar a direito em cima, por causa daquela coisa das riscas, que não as queria desirmanadas.








É verdade, já me esquecia de falar do ponto alto do mês de Agosto, pelo menos em termos tricotadeiros, que foi o facto de ter ensinado a minha querida sobrinha Margarida a fazer tricot. Ela tem 11 anos, e aprendeu muito bem, só torceu um bocadinho as malhas, mais nada!

Fez-me lembrar de quando aprendi, ao colo da minha mãe, com 7 ou 8 anos, ainda em Moçambique, na casa de Latino Coelho, e que quando por minha conta, teimosa, ignorei aquela coisa que sempre odiei, o fio a passar pelo pescoço! Brrr, aquilo arrepiava-me! Então quando tricotava, cada ponto era uma viagem da minha mão carregando o fio para a agulha oposta, após ter largado uma agulha! Lembro-me particularmente das minhas agulhas de tricot, pequenas, em azul bebé, de plástico, e lembro-me de ter feito algo que iria vestir uma boneca qualquer, mas que era apenas um rectângulo em "manta de gato". Lembro-me também de que, quando acabei, estava lá em casa a tia Helena, que na altura morava lá perto, e que vendo o meu entusiasmo ofereceu-se para o rematar ela, levou-me o rectângulo, e nunca mais o vi, ou esqueci-me dele...
Mas esta obstinação em relação ao modo de conduzir o fio foi só o primeiro passo para vir a ser uma adepta do tricot ao estilo Inglês, apurada depois com os preciosos conselhos da prima Dodinha, "Tricotadeira-Mor", que quando passou aquela temporada lá em casa, lá para 1977 (?) fez com que, em termos de tricot, eu passasse para um patamar completamente diferente: o de aficionada (no mínimo)! Foi o tal "clic", ensinou-me a linguagem, a interpretar receitas, ensinou-me a segurar no fio, enrolando-o num dedo para dar a tensão necessária, ensinou-me a ganhar velocidade, tudo isto, sem ter que voltar ao fio à volta do pescoço! Só agora me apercebo que perdi a oportunidade de dar continuidade a uma tradição (será Portuguesa?) a de tricotar à Continental mas com o fio traccionado no pescoço e preso na mão oposta, que é como vejo toda a gente a fazer cá em Portugal... Admito que seja um método rápido, mas é muito estático...(tinha de pôr algum defeito!)
Voltando à Margarida, esta minha querida sobrinha muito empreendedora, cheia de iniciativa e apreciadora do "fazer", espero que se mantenha interessada e que se transforme numa aficionada também!









Entretanto comecei (e estou mesmo mesmo a acabar) um saco, mais uma vez estou atrasada para a època, pois é em algodão.
O modelo é inventado por mim, exactamente o que eu preciso de um saco de verão (para o próximo ano pelo menos...) e inspirado em tantos outros que fui vendo pela net. Acho que vou ter que lhe fazer um forro senão quando lhe puser o meu famoso porta-moedas de 3Kg, algo de mau se irá passar! (Parece um top... mas não é!)..........Só falta coser....lá p'ró ano que vem.....








Entretanto estou ansiosa de o acabar mesmo para partir para o meu próximo projecto. (de tricot, não de arquitectura) Quero fazer um, não, dois coletes, um liso, sem grandes extravagâncias, para levar para o trabalho e tudo. A seguir queria muito experimentar aquelas lãs novas da Kátia que vi no Oscarlãs, e que fazem os degradés grandes. Aí já sei até que modelo vou fazer, queria que fosse feito de uma só vez, à volta, para não haver desencontro nas riscas (claro). Mas para o outro que irei fazer primeiro até já tenho lã, comprei em saldo e é de uma cor mesclada entre vermelho escuro e tijolo. Se calhar vou eu desenhar o que quero, é capaz de ser mais fácil. E, macacos me mordam se desta vez vou deixar que me fique largo!!!